Projeto do Município de Arganil é o vencedor da 5.ª Edição do Prémio Nacional da Paisagem

O Prémio Nacional da Paisagem 2025 foi atribuído, em Cerimónia Pública, à candidatura apresentada pela Câmara Municipal de Arganil com o projeto «Floresta da Serra do Açor». O evento contou com a presença do Senhor Secretário de Estado da Administração Local e do Ordenamento do Território, Silvério Regalado.

A divulgação pública dos vencedores ocorreu no âmbito da Política Nacional de Arquitetura e Paisagem (PNAP), realizada a 3 de dezembro no Auditório da Direção-Geral do Território, sessão que assinalou o décimo aniversário da PNAP e os 25 anos da Convenção da Paisagem do Conselho da Europa, sublinhando o papel da arquitetura e da paisagem na qualidade do território, na resiliência climática e no bem-estar das populações.

O Júri considerou o projeto vencedor exemplar ao nível das políticas e medidas desenvolvidas que, ao longo do tempo, irão permitir a recuperação da floresta e a revitalização da paisagem, aumentando a sua resiliência contra os incêndios rurais. O projeto está a ser desenvolvido nos terrenos baldios pertencentes a 10 comunidades locais de compartes no concelho de Arganil, área que foi quase integralmente percorrida pelos fogos em 2017. A sua implementação concretiza uma visão estratégica de longo prazo, estando planeado para os próximos 40 anos. Abrange uma área de 2.500 hectares e a plantação de aproximadamente 1,8 milhões de árvores autóctones. Prevê um investimento superior a 5 milhões de euros.

Neste projeto destaca-se a abordagem integrada à recuperação ecológica e cultural da Serra do Açor, profundamente afetada pelos incêndios de 2017. A intervenção conjuga restauro florestal, valorização de espécies autóctones, requalificação de infraestruturas associadas à prevenção e ordenamento florestal e reforço das relações entre a paisagem, as comunidades locais e atividades económicas sustentáveis.

Por decisão do júri foram também atribuídas três Menções Especiais aos projetos apresentados pela Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega e Barroso, projeto Alto Tâmega e Barroso: Paisagem Viva, pela EMAC – Cascais Ambiente, projeto Plano de Paisagem de Cascais e pela Câmara Municipal de Oeiras, projeto Mais Polinizadores, Mais Biodiversidade.

A edição de 2025 do Prémio Nacional da Paisagem recebeu 17 candidaturas, das quais 16 foram admitidas após verificação formal. A diversidade das entidades participantes — municípios, comunidades intermunicipais, junta de freguesia e organizações não governamentais — demonstra o crescente compromisso dos territórios com políticas de paisagem qualificadas e sustentáveis. 

8.ª Conferência Anual da Política Nacional de Arquitetura e Paisagem

A 8.ª Conferência Anual da Política Nacional de Arquitetura e Paisagem (PNAP) vai realizar-se no próximo dia 3 de dezembro, das 10h às 16h no auditório da Direção-Geral do Território, em Lisboa, assinalando o décimo aniversário da publicação desta política.

Em 2015, a PNAP destacou-se pela sua visão pioneira, ao reconhecer a arquitetura e a paisagem como expressões da identidade cultural e histórica do país, e como pilares essenciais do bem-estar, da inclusão social e do desenvolvimento sustentável.

Uma década depois, e perante os desafios do nosso tempo, em particular a crise climática, a PNAP renova-se através de uma agenda proativa e resiliente, reafirmando o seu caráter transversal. Qualificar os territórios, a paisagem, a arquitetura e o património, promovendo uma vida com mais qualidade, é um desígnio coletivo que requer o envolvimento de todos os setores, público, privado e comunitário. Este compromisso implica uma nova cultura e uma nova mentalidade, possíveis apenas através da educação das gerações mais jovens, da formação e capacitação dos técnicos da administração local e central, e da participação ativa da sociedade civil e das empresas.

Com o tema “10 anos da Política Nacional de Arquitetura e Paisagem: Balanço e Futuro face aos Desafios da Sociedade Atual”, a 8.ª Conferência Anual propõe-se partilhar o trabalho desenvolvido pela Comissão de Acompanhamento da PNAP ao longo da última década e trazer para o debate as prioridades e linhas de ação para o futuro. O programa incluirá ainda a apresentação de projetos e iniciativas de diferentes agentes territoriais que, a nível local e nacional, têm contribuído para valorizar e divulgar a qualidade da arquitetura, do património e da paisagem.

A conferência integra a cerimónia de entrega do Prémio Nacional da Paisagem 2025. Os projetos distinguidos constituem referências inspiradoras na adoção de boas práticas que contribuem para a qualificação do território e para a implementação da Convenção Europeia da Paisagem, que este ano celebra 25 anos de existência.

Conheça o programa e inscreva-se.

Dia Internacional da Paisagem — 20 de outubro de 2025

25 anos da Convenção do Conselho da Europa sobre a Paisagem

A 20 de outubro celebra-se o Dia Internacional da Paisagem, uma data que convida à reflexão sobre o valor da paisagem como elemento essencial da qualidade de vida, do bem-estar das comunidades e da sustentabilidade dos territórios.

Este ano, a efeméride assume um significado especial: assinalam-se 25 anos da assinatura da Convenção do Conselho da Europa sobre a Paisagem, também conhecida como Convenção de Florença, adotada em 2000. Este tratado internacional — o primeiro dedicado exclusivamente à paisagem — estabeleceu um marco fundamental ao reconhecer a paisagem como uma componente essencial do património natural e cultural da Europa, e como base da identidade dos seus povos.

Portugal é um dos países signatários da Convenção, que ratificou em 2005, assumindo o compromisso de promover a proteção, gestão e ordenamento da paisagem em todo o território nacional. A Convenção tem inspirado políticas públicas e iniciativas locais, incentivando a participação das comunidades e a cooperação entre os Estados Parte — hoje um total de 41 países signatários em 46 membros do Conselho da Europa.

No âmbito da Política Nacional de Arquitetura e Paisagem, o Dia Internacional da Paisagem é também um momento para reconhecer o papel que a paisagem desempenha como repositório de memória e identidade, e como recurso vital para a adaptação climática, a coesão territorial e o desenvolvimento sustentável.

A PNAP associa-se, assim, à celebração deste dia, convidando todos os agentes territoriais, instituições e cidadãos a refletirem sobre o modo como a paisagem é vivida, transformada e cuidada — porque valorizar a paisagem é valorizar a nossa forma de habitar o território.

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